Trabalhos entram na reta final e garantem cumprimento de exigências do Iphan para anuir o licenciamento ambiental do empreendimento.

 

Os trabalhos de monitoramento arqueológico na expansão da Mineração Aurizona, em Godofredo Viana (MA) completaram um ano em agosto. Este tem sido o período durante o qual a Habilis Consultoria tem permanecido na região, representada por um arqueólogo de campo. Ele acompanha em tempo integral as atividades das obras civis do empreendimento. O monitoramento permite que os trabalhos se mantenham em conformidade com as determinações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e cumpram o seu papel social na preservação do patrimônio arqueológico da região.

Esta etapa integra o Plano de Gestão do Patrimônio Arqueológico (PGPA). Em Godofredo Viana, esta tarefa é desenvolvida pelo arqueólogo de campo Josué Lopes dos Santos, que acumula vários anos de experiência neste trabalho. A rotina dele consiste em acompanhar as obras e verificar diariamente se durante as movimentações de massa de terra surgem novos achados arqueológicos. Quando isso acontece, o arqueólogo registra a peça, identifica as coordenadas geográficas do ponto em que ela foi encontrada e inclui a informação em relatórios ambientais para manter o Iphan informado do andamento dos trabalhos.

Antes da fase de monitoramento, iniciada no ano passado, a Habilis Consultoria já vinha atendendo à Mineração Aurizona desde 2016. A empresa desenvolveu por lá todo o processo de licenciamento arqueológico da expansão da mina. As etapas de Prospecção, Resgate, Análise em Laboratório e Educação Patrimonial foram fundamentais para que o empreendimento obtivesse do Iphan a anuência para as licenças ambientais.

Outros arqueólogos que participaram do trabalho foram Rogério Andrade de Oliveira e André Heron. Juntamente com Josué Lopes, todos trabalharam sob coordenação do arqueólogo Wesley Charles de Oliveira, diretor científico da Habilis Consultoria, com mais de 20 anos de experiência na área de arqueologia. Para ele, algumas características da Habilis Consultoria foram decisivas para o bom andamento do projeto. “O nosso modo de trabalhar é sempre voltado para solucionar as questões de licenciamento do empreendimento sem perder de vista a importância da salvaguarda do patrimônio arqueológico. Essa sincronicidade é possível, dentre outras coisas, pela estrutura e equipe multidisciplinar que fomos construindo ao longo do tempo”, complementa.

Inicialmente classificado pelo Iphan como empreendimento de nível III em relação ao impacto sobre o patrimônio arqueológico, o empreendimento de expansão da Mineração Aurizona precisou ser minuciosamente acompanhado pela equipe da Habilis Consultoria a fim de que nenhuma etapa das obras fosse paralisada por falta de adequação às regras de licenciamento arqueológico estabelecidas pelo Iphan.

A previsão é de que as obras civis sejam concluídas em dezembro desse ano. Até lá, a Habilis Consultoria continuará mantendo equipe no local para fazer o monitoramento arqueológico diário das obras.

O município de Godofredo Viana, onde atua a mineradora, situa-se em área de grande importância para a arqueologia amazônica. Localizada na divisa entre o Maranhão e o Pará, a região faz parte da chamada Amazônia Legal. Inúmeras machadinhas e cerâmicas indígenas foram localizadas na área de Tatajuba. O resultado desses achados foi cadastrado como Sítio Arqueológico Aurizona 01. Em outra parte da área de influência do empreendimento, chamada de Piaba, foram identificados outros três sítios. Mas por lá o destaque ficou por conta dos Sítios Arqueológicos Aurizona 02 e 03, nos quais foram encontrados mais de 2 mil fragmentos.

No Sítio Aurizona 02, bem definido paisagisticamente, no topo do Planalto do Pirocaua, a equipe da Habilis Consultoria identificou a terra preta, traço característico de ocupação indígena. As cerâmicas têm decorações incisas muito próximas ao encontrado no Marajó e no nordeste paraense. Já o sítio Aurizona 03 é composto por cerâmicas, porcelanas, e vidros históricos, o que chama a atenção para a longa sequência de ocupações humanas da região ocultada entre florestas e charcos.

 

 

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